Vitamina D e COVID-19 - 8 meses depois...
- Patrícia Campos-Ferraz
- 13 de jan. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 20 de jan. de 2021

Em abril de 2020, fiz uma publicação sobre uma comunicação científica recém-publicada na Itália que sugeria uma associação entre os casos graves de COVID-19 e a baixa concentração sanguínea de vitamina D. De lá para cá, mais publicações foram aparecendo e deixando mais claro se a vitamina D previne ou não casos graves de COVID. Por isso, resolvi fazer uma atualização sobre o tema.
A vitamina D tem um importante papel no sistema imunológico, regulando mais de 900 genes ligados tanto à imunidade inata quanto à adaptativa; ela está expressa em boa parte das células desse sistema e aumenta a expressão de duas proteínas antimicrobianas conhecidas como catelicidina e beta-defensina. A catelidicina em particular apresenta também importante efeito antiviral (Panfili et al, 2020).
Em agosto de 2020, um estudo britânico que utilizou um banco de dados com 5500 sujeitos
com COVID-19 e seu status de vitamina D de 10 anos antes da doença, avaliou se houve
associação tanto entre deficiência de D e casos graves de COVID-19 quanto mortes pela
doença. A análise inicial mostrou uma associação entre essas duas variáveis (deficiência de D e casos graves/mortes por COVID-19). No entanto, quando a análise foi aprofundada, avaliando fatores como etnia, presença de obesidade/sobrepeso e nível sócio econômico, essa associação não se confirmou (Hastie et al, 2020). É importante lembrar que um estudo como esse de associação dá apenas uma direção à Ciência, que deve ser confirmada por ensaios clínicos, para determinar a chamada “causalidade” ou causa-efeito.
Um outro estudo alemão publicado no mesmo mês avaliou 185 pacientes com COVID-19 e o status de vitamina D dosados no momento da e
ntrada no hospital e acompanhada por 66 dias em média. Eles encontraram que 22% dos pacientes graves tinham deficiência de vitamina D (abaixo de 12 ng/ml) e a associação entre deficiência de D e severidade do quadro foi encontrada, mesmo com ajustes de faixa etária, gênero e comorbidades, tendo os pacientes deficitários nessa vitamina uma chance 6 vezes maior de evoluir mais severamente é 15 vezes maior de morrer (Ra
dujkovic et al, 2020).
A diferença entre esses dois estudos é que o primeiro tem um n enorme, mas usou dados de arquivo muito distantes do momento da infeção por SARSCOV-2. O segundo estudo teve um n mais modesto, mas, ainda sim, interessante, e com dosagens realizadas no decorrer do tratamento.
Por outro lado, um estudo francês “quase-experimental” realizado com 66 idosos frágeis
acompanhados por 36 dias, institucionalizados, mostrou que os pacientes que receberam
doses de vitamina D no mês anterior à infecção por SARSCOV-02 ou durante a COVID-19,
comparados ao grupo que não recebeu essa suplementação, tiveram a taxa de sobrevivência duas vezes maior que o grupo não suplementado. As críticas a esse estudo são a ausência de grupo “placebo” e de randomização, o que exige certo cuidado na interpretação dos resultados (Anweiller et al, 2020). NO entanto, estudos multicêntricos e com n bastante elevado (10 mil sujeitos) já demonstraram papel positivo da vitamina D em outras infecções respiratórias (Ali, 2020).
Outro estudo unicêntrico com aproximadamente 500 sujeitos confirmou a associação entre
deficiência de vitamina D (aqui considerada como sendo inferior a 20ng/ml) e prevalência de COVID-19, mesmo depois de ajustes de análise para fatores de confusão. Porém, de novo, esse tipo de estudo de associação não determina causa e efeito, o que faz necessário conduzir novos estudos clínicos randomizados para entender melhor o efeito da vitamina D sobre o risco de contrair a COVID-19 (Meltzer, 2020).
Dessa forma, apesar de alguns dados interessantes, ainda será necessário realizar mais
estudos clínicos randomizados e controlados por placebo para se entender melhor o efeito do status e da suplementação de vitamina D no risco de contrair e no grau de severidade da
CIVID-19. Ainda é cedo para dizer.
FONTES:
Hastie, C.E., Pell, J.P. & Sattar, N. Vitamin D and COVID-19 infection and mortality in
UK Biobank. Eur J Nutr (2020). https://doi.org/10.1007/s00394-020-02372-4.
Panfili, F.M., Roversi, M., D’Argenio, P. et al. Possible role of vitamin D in Covid-19
infection in pediatric populatio
n. J Endocrinol Invest 44, 27–35 (2021).
Radujkovic, A.; Hippchen, T.; Tiwari-Heckler, S.; Dreher, S.; Boxberger, M.; Merle, U. Vitamin D Deficiency and Outcome of COVID-19 Patients. Nutrients 2020, 12, 2757.
Ali, N. (2020) https://doi.org/10.1016/j.jiph.2020.06.021
Meltzer (2020) https://doi.org/10.1016/j.jiph.2020.06.021
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